FOTOGRAFIA
Aquele era um dia perfeito. Perfeito para um passeio de bicicleta. Perfeito para risadas na varanda. Perfeito para fotografias, para revelações no quarto escuro. Mas só poderia ser tão perfeito se ele estivesse ali.
O chalé de pedras parecia silencioso, como se estivesse parado no tempo. O barulho do choro subia pela escada até o último quarto de porta branca. Ela estava apoiada na janela, observando sua respiração embaçar o vidro.
Os dedos finos seguravam o porta-retrato. Os sorrisos congelados, lembranças de um tempo que não voltaria. Os cacos de vidro espalharam-se pelo chão quando a moldura azul chocou-se com a parede.
Ele não podia ter feito aquilo com ela. Ele a abraçara, a ensinara a sorrir, mostrara-lhe a paixão pelas lentes. Ele a fizera feliz, ele a amara.
E agora ele fora embora, deixando apenas um lugar em branco na fotografia.
Beatriz Alves
Turma 2106
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