segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Narcisismo e hedonismo: até que ponto?


Narcisismo e hedonismo: até que ponto?

Estética: termo criado por Baumgarten no século XVIII para designar “a ciência do belo” e muito comum nos dias de hoje, principalmente entre a juventude. Cada vez mais utilizado, esse termo nos faz recorrer à lembrança do narcisismo; da paixão por si mesmo. E conforme nos preocupamos com a aparência e com o que pensa a sociedade, nos satisfazemos ao imaginarmo-nos nos padrões por ela propostos, deixando de pensar pela consciência individual para pensar no “eu”. Somos, assim, impulsionados a seguir a sociedade, sendo essa a coerção social.Mas será que o narcisismo é algo saudável? Será que devemos colocar nosso prazer acima de todas as coisas?
Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento. É o narcisismo que ele definiu por secundário em sua psicanálise, em que o bebê identifica suas necessidades e quem pode satisfazê-las, concentrando-se em um objeto suas pulsões parciais, geralmente na mãe. É normal vermos em um jovem uma certa forma de narcisismo, não havendo nada de grave nisso. É simplesmente uma etapa no desenvolvimento da personalidade, uma preparação para a vida adulta. No entanto, se o comportamento narcisístico não desaparece e, pelo contrário, se exaspera, devemos ter cuidado. Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo muito excessivo é o que dificulta o indivíduo a ter uma vida satisfatória. Podemos ter um exemplo claro desse problema no romance de Oscar Wilde. “O retrato de Dorian Gray”. Dorian era um rapaz muito bonito e podemos ler nas páginas finais do livro que “Ele passa a ser uma espécie de discípulo de Lorde Henry, com suas ideias sobre a beleza eterna, sobre o hedonismo, com seus aforismos sobre todos os assuntos mundanos (e que agradavam tanto ao próprio Oscar Wilde). Dorian vai aos poucos entrando nesse fluxo de ideias, abandonando toda e qualquer paixão real que não seja pela beleza eterna”.
Dorian passa a ser hedonista a partir do momento em que conhece sua própria beleza, levando-o a uma vida imoral. Esse desvio de conduta é algo típico na contemporaneidade. Diversos jovens são levados pelo narcisismo e pelo hedonismo a buscar somente os prazeres, ações que trazem felicidade momentânea.
Jovens que buscam satisfazerem-se nas relações amorosas, em práticas não aceitas pela sociedade e buscando ser diferentes dos padrões estabelecidos por esta são exemplos básicos de hedonistas e narcisistas sem limites.
Portanto, devemos ter cuidado para que o narcisismo existente em nós não chegue a pontos extremos, tendo sempre em vista a consciência individual e coletiva, como muito bem falaram os sociólogos Karl Marx e Émille Durkheim, cujas ideias eram opostas, mas se complementaram honestamente.

Aluna: Geórgia Barbosa Bernardino
Turma: 1111

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