PRAZER EM PRIMEIRO LUGAR: CONSEQUÊNCIAS DA SOCIEDADE HEDONISTA E NARCISISTA
Nossa sociedade está se tornando cada vez mais hedonista, no sentido de que as pessoas “dão” cada vez menos e querem receber cada vez mais. Se refletirmos um pouco sobre a questão de fato percebemos que o hedonismo está presente em todos os meios.
Algumas leituras sobre o narcisismo na sociedade atual, inclusive no livro de Lash (1983) ele traça o perfil do homem narcisista como alguém que não acredita no futuro, usa do individualismo competitivo, ansioso, entediado e cínico. Percebemos no Narcisismo o funcionamento psicológico de pessoas que lutam por padrões de corpos que a mídia estipula, o que é tão idealizado por nossa cultura. De fato, o hedonismo e o narcisismo se entrelaçam porque, na expectativa de atingir resultados bastante satisfatórios em certo prazo e sem necessidade de investir muito tempo e esforço físico na modelação, jovens e adultos se submetem a demoradas e dolorosas cirurgias estéticas para “correr atrás” dessa meta que, muitas vezes, acaba com sua vida.
O que encontramos em muitos adolescentes e jovens hoje em dia é resultado de muitas variáveis, mas principalmente dos exemplos que vivem e viram de casa. Alguns dirão “Mas educação e princípios se aprendem em casa”, mas o problema não está só no ensino (ou mau ensino) dos pais, a sociedade tem grande parte de culpa. Por exemplo, na escola um aluno foi chamado à atenção pelo professor, por seu comportamento agressivo com outro aluno. Sabendo disso, os pais do aluno agressivo foram tirar satisfação, dizendo que o filho tinha o direito de se expressar, pois está em um país livre. A escola, por sua vez, provavelmente com receio de perder o aluno lucrativo, deixou por isso mesmo. Que conduta está sendo transmitida a esse jovem? Onde está o direito do outro? As pessoas querem ser respeitadas e respeitam cada vez menos.
Todos os dias vemos estampadas nas manchetes de jornais (para os jovens que lêem ou ouvem nos noticiários televisivos e provavelmente em discussões de grupo sobre impunidade) sobre o quanto o respeito ao próximo é sugerido, sobre o quanto é mais importante TER do que SER. Vivencia-se uma distorção de vínculos afetivos, a falta de limites em casa, a falta de bons parâmetros. Ouve-se e vive-se a falta de perspectiva ou de sentido no trabalho, na educação, na vida. Tudo isso só faz pensar que esse caminho é o que não se sabe nada de amanhã, tenha prazer hoje, agora! Para que eu vou estudar se não trabalho para todo mundo mesmo? Para que vou me crucificar se posso sofrer amanhã? Para que dou o melhor de mim num trabalho, se posso ser mandado embora? Por que não ser hedonista?
Porque cada um de nós pode fazer a diferença, se cada um der o seu melhor sem esperar nada em troca, ser jovem não é só ter prazer (nem ser privado disso), é pensar também na contribuição para um mundo melhor, é preciso e é possível mudar. Dá trabalho educar, toma tempo, exige que seja repetida centena de vezes, exige atenção e envolvimento, exige sair da zona de conforto. Mas será que vale a pena? Para que isso aconteça, o Princípio hedonista não funciona, porque nele tudo é imediato, e sobre o que falamos necessita de tempo, carinho, fé, só assim passamos para os jovens que podemos ter uma sociedade melhor em algum tempo.
Camila
Turma: 1109
Grande merda,não ajudou nada.
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